O artigo equidade em saúde uma análise crítica de conceitos explicita o significado de atributos essências a compreensão das desigualdades sociais na saúde nos últimos 40 anos, além de realizar avaliação dos eixos teóricos das publicações geradas pelos estudos sobre determinação social, o que demonstra hegemonia sobre os marcos referenciais vinculados ao materialismo histórico, e realce no processo de condições de trabalho e estrutura de classes.
As controvérsias sobre a conceituação foram demonstradas através do ponto de vista de diversos autores, dentre eles podemos citar Whitehead que define iniqüidades como diferenças evitáveis e injusta. Já Macinko & Starfield relata que surgem problemas operacionais ao se incluir justiça no conceito de equidade, porque impõe a realização de julgamento de valor. Contudo, o conceito de igualdade tem sido relacionado a justiça, e desigualdade, a injustiça. Entretanto, como mesurar a justiça para alcançar a equidade? Perelman(1996) sintetizou fórmulas de justiça que poderiam ser mensuradas através do trabalho, mérito, necessidade e posição de cada pessoa, mas a equidade, desta forma ,é alcançada através da intervenção de agentes sociais sobre situações de conflito, portanto o mesmo autor verificou que definir necessidade iguais é tarefa impossível em uma sociedade, visto que cada indivíduo tem a sua singularidade. Ademais, os indivíduos e a sociedade têm características complexas que contemplam aspectos sociais, econômicas, políticas culturais e biológicas, contudo faz-se necessário analisar estes aspectos de forma distal, intermediária e proximal para tornar a analise menos complexa e melhor compreensão do evento estudado.
Nesta perspectiva, Breilh(2003) relata que a iniqüidade marca a essência do problema da distribuição de bens na sociedade, e a desigualdade corresponde a evidências empiricamente observáveis que se materializam através das condições de renda, educação e classe social. Vale salientar que para o autor, as diferenças constituiriam a expressão nos indivíduos, ou da diversidade, em sociedades solidárias, ou da iniqüidade, em sociedades em que haja concentração de poder. Mas, será que ao evoluirmos para uma sociedade mais solidária as diferenças em saúde se manifestariam, exclusivamente, no aspecto biológico? São dúvidas que nos acompanharão, porque não temos uma sociedade plenamente igualitária e vislumbra-se que ao alcançarmos um nível maior de desenvolvimento sócio econômico, cultural e político, outros desconhecidos problemas, surgiram na sociedade. As semelhanças e diferenças existem entre os indivíduos, mas na dimensão coletiva as disparidades estão entre populações, que repercutem na saúde individual e coletiva, e persiste em sociedades industrializadas e menos industrializadas. A epidemiologia encontra dificuldades para explicar as raízes das disparidades nos distintos espaços sociais, mas as origens podem advir das desigualdades de renda e poder; status social e classe social.
Portanto, as diferenças que ocorrem no adoecer das pessoas são mediadas por aspectos sociais que refletem diferenças entre interação biológica e distinções sociais, de um lado,e iniqüidades sociais do outro. A superação destas diferenças ou desigualdades em saúde requer a formulação de políticas públicas equânimes com o envolvimento da sociedade civil.
Síntese do texto.
ResponderExcluirO artigo equidade em saúde uma análise crítica de conceitos explicita o significado de atributos essências a compreensão das desigualdades sociais na saúde nos últimos 40 anos, além de realizar avaliação dos eixos teóricos das publicações geradas pelos estudos sobre determinação social, o que demonstra hegemonia sobre os marcos referenciais vinculados ao materialismo histórico, e realce no processo de condições de trabalho e estrutura de classes.
As controvérsias sobre a conceituação foram demonstradas através do ponto de vista de diversos autores, dentre eles podemos citar Whitehead que define iniqüidades como diferenças evitáveis e injusta. Já Macinko & Starfield relata que surgem problemas operacionais ao se incluir justiça no conceito de equidade, porque impõe a realização de julgamento de valor. Contudo, o conceito de igualdade tem sido relacionado a justiça, e desigualdade, a injustiça. Entretanto, como mesurar a justiça para alcançar a equidade? Perelman(1996) sintetizou fórmulas de justiça que poderiam ser mensuradas através do trabalho, mérito, necessidade e posição de cada pessoa, mas a equidade, desta forma ,é alcançada através da intervenção de agentes sociais sobre situações de conflito, portanto o mesmo autor verificou que definir necessidade iguais é tarefa impossível em uma sociedade, visto que cada indivíduo tem a sua singularidade. Ademais, os indivíduos e a sociedade têm características complexas que contemplam aspectos sociais, econômicas, políticas culturais e biológicas, contudo faz-se necessário analisar estes aspectos de forma distal, intermediária e proximal para tornar a analise menos complexa e melhor compreensão do evento estudado.
Nesta perspectiva, Breilh(2003) relata que a iniqüidade marca a essência do problema da distribuição de bens na sociedade, e a desigualdade corresponde a evidências empiricamente observáveis que se materializam através das condições de renda, educação e classe social. Vale salientar que para o autor, as diferenças constituiriam a expressão nos indivíduos, ou da diversidade, em sociedades solidárias, ou da iniqüidade, em sociedades em que haja concentração de poder. Mas, será que ao evoluirmos para uma sociedade mais solidária as diferenças em saúde se manifestariam, exclusivamente, no aspecto biológico? São dúvidas que nos acompanharão, porque não temos uma sociedade plenamente igualitária e vislumbra-se que ao alcançarmos um nível maior de desenvolvimento sócio econômico, cultural e político, outros desconhecidos problemas, surgiram na sociedade.
As semelhanças e diferenças existem entre os indivíduos, mas na dimensão coletiva as disparidades estão entre populações, que repercutem na saúde individual e coletiva, e persiste em sociedades industrializadas e menos industrializadas. A epidemiologia encontra dificuldades para explicar as raízes das disparidades nos distintos espaços sociais, mas as origens podem advir das desigualdades de renda e poder; status social e classe social.
Portanto, as diferenças que ocorrem no adoecer das pessoas são mediadas por aspectos sociais que refletem diferenças entre interação biológica e distinções sociais, de um lado,e iniqüidades sociais do outro. A superação destas diferenças ou desigualdades em saúde requer a formulação de políticas públicas equânimes com o envolvimento da sociedade civil.